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Date:22 jun., 2015

Nossa última grande jornada

 

 

 Por Liane Alves

 

Refletir sobre a morte e aceitá-la com lucidez nos ajuda a saborear a vida com mais satisfação e alegria. Leia o que o mestre tibetano Sogyal Rinpoche fala sobre a mais importante viagem espiritual de nossa existência.

 

Quando O Livro Tibetano do Viver e do Morrer foi publicado em 1992 na Europa, vários tabus vieram abaixo. Pela primeira vez um monge budista falava sobre a morte de um ponto de vista universal, que levava em conta pessoas de qualquer religião, e dava orientações precisas e práticas de visualização para serem feitas nos últimos minutos de vida, tanto por quem passa pelo processo de morrer como para a família que circunda o agonizante. O detalhe revolucionário: nessas práticas poderiam ser usadas imagens de qualquer tradição espiritual, como as de Cristo, Nossa Senhora, Buda ou qualquer outro mestre querido. O que Sogyal Rinpoche propunha era compartilhar o conhecimento acumulado dentro da tradição do budismo tibetano sobre a morte para ajudar todo o tipo de pessoa, inclusive ateus. O livro de Rinpoche fala igualmente sobre a maneira mais sábia de viver a vida, com a compreensão de sua fugacidade e a possibilidade sempre presente de seu fim.

 

Mas por que nós não treinamos as práticas que nos preparam melhor para o momento da morte enquanto estamos vivos? O que mais tememos na hora de morrer? O que pode nos confortar e dar alívio? E, além dessas questões, o que será que se pode perguntar para um mestre que escreveu uma obra tão profunda como O Livro Tibetano do Viver e do Morrer?  Um simples encontro e um prolongado aperto de mão foram suficientes para acalmar meu coração durante a entrevista. Ele me deu a liberdade de perguntar sobre qualquer coisa que me inquietasse sobre esse tema. E eu procurei falar das preocupações de todos nós quando pensamos na mais importante viagem espiritual de nossas vidas.  

 

Para os tibetanos, o momento da morte é o mais precioso da vida, pois ele tem o poder de condicionar e influir nos estágios posteriores que se sucedem à ela. Por isso, eles se preparam com práticas e meditações especiais para que esse instante ocorra dentro da maior paz, serenidade e confiança possíveis. A principal delas, o P’owa, ou transferência de consciência, Sogyal Rinpoche ensina aqui em sua forma mais simples (*). 

 

Rinpoche esteve no Brasil no fim de 2010 a convite do centro de budismo tibetano Chagdud Gonpa Odsal Ling e deu ensinamentos no Rio, em São Paulo e em Porto Alegre. Essa entrevista reproduz alguns deles.

 

O que muda na vida quando temos a noção de que podemos morrer a qualquer minuto?

Muda tudo. Nos dias de hoje, nós não conseguimos ver vida e morte como um todo indivisível. Por isso nos agarramos à vida com todas as forças e rejeitamos seu fim. A morte é nosso medo supremo, a última coisa para a qual queremos olhar. No entanto, é a única coisa certa que vai acontecer. Quando eu vejo alguém muito preocupado com a morte, sempre digo para essa pessoa não se preocupar tanto, porque essa é uma tarefa cujo êxito está totalmente garantido: todos vamos morrer com total e absoluto sucesso. A morte não falha nunca. Na verdade, tememos a morte porque ela nos obriga a encarar o que fizemos com a nossa vida. Atrás do medo da morte está o medo de encarar a nós mesmos. Porque o momento da morte é o momento da verdade. A morte é como um espelho em que toda nossa vida está refletida. É disso que nós temos pavor. Nós temos de aprender a ver a morte como uma condição natural da vida, e não com medo. Ao contrário, a morte pode nos inspirar a refletir mais profundamente sobre nossas atitudes, ações e decisões. Se você se lembrar sempre de que vai morrer, vai se lembrar também da preciosidade da vida. E não vai querer desperdiçá-la. Refletir sobre a morte é o coração, o cerne de todo caminho espiritual, isso em qualquer uma das tradições religiosas.

 

Por que nos apegamos tanto à vida?

Porque a vemos de uma maneira distorcida. Essa visão é basicamente fruto de nossa ignorância, a má compreensão do que ela é na realidade é o resultado dessa falta de visão. Nós nos apegamos à vida porque não reconhecemos que a impermanência faz parte dela. Se acreditarmos que a existência e as coisas inerentes a ela são imortais, perenes e imutáveis, nos agarraremos à ilusão de que podemos prendê-las e deixá-las sob nosso controle. Mas se assumimos profundamente que tudo muda, e que a mudança é o que exatamente caracteriza a própria vida, não mais nos apegaremos a ela com tanta força. Compreendendo que tudo muda, compreendemos a vida como ela é, e nos damos conta da falta de sentido que é querer parar um fluxo inconstante e mutável. Se você soubesse que um banco está falido, você colocaria seu dinheiro lá? Apegar-se à vida é colocar dinheiro num banco falido (risos). Com o desprendimento, podemos desenvolver uma tranquilidade inabalável diante das transformações que se apresentam. Nossa autoconfiança se expande incrivelmente, e não temos mais medo das mudanças. Num coração assim sereno, florescem naturalmente o amor e a compaixão por todos os seres.

 

Há algo que é permanente e indestrutível?

Há. No livro existe um trecho que eu reescrevi mais de 24 vezes para que eu pudesse falar da melhor maneira sobre isso. A impermanência pode nos revelar muitas verdades, mas ainda há um tesouro final sob sua guarda que está escondido de nós, cuja existência não suspeitamos e não reconhecemos, embora ele seja nosso o tempo todo, de um maneira muito íntima. O poeta Rilke disse que nossos temores mais profundos são como dragões guardando um tesouro precioso. O medo da impermanência desperta em nós a noção de que nada é real. E quando nós percebemos que tudo morre e se transforma, nós perguntamos o que pode ser realmente verdadeiro, eterno. Nós nos questionamos se há alguma coisa por trás das aparências, algo sem limites em que a dança da vida ocorre, enfim, alguma coisa que sobrevive àquilo a que chamamos de morte. Permitindo que essas perguntas nos ocupem com um sentido de urgência, lentamente deixamos que uma profunda mudança ocorra no modo como vemos a vida.

 

Como se dá essa mudança?

Descobrimos algo que não podemos nomear, conceituar, que está além de todas as mudanças e mortes do mundo. Dessa forma, os desejos mesquinhos e frustrações causadas pelo apego se dissolvem, até desaparecerem. É como se estivéssemos a vida toda envoltos em negras nuvens e na turbulência e de repente nos elevássemos acima das nuvens, no céu aberto, inspirados e estimulados por essa liberdade, por essa paz e alegria que nos enche de encantamento e que nos dá a certeza de que há algo em nós que nada destrói, que nada altera, e que não pode morrer. Chamamos esse estado de rigpa, ou natureza da mente, uma consciência pura, prístina e primordial que é ao mesmo tempo inteligente, cognoscente, radiante e sempre desperta. A natureza da mente, que está além dos pensamentos e das emoções, é nossa essência mais pura. Ela é absolutamente intocada pelas mudanças e pela morte, e está eternamente presente, como um céu aberto, luminoso e brilhante. Sob determinadas circunstâncias (sobretudo na hora da morte e, durante a vida, em determinadas práticas espirituais ou toda vez que estamos verdadeiramente presentes), podemos entrar em contato com ela, que é nossa natureza mais profunda e primordial. A morte pode nos revelar quem realmente somos se nos prepararmos para ela. Podemos nos integrar a esse estado primordial e prístino e nos livrar para sempre da roda das reencarnações. Por isso a morte é o momento crucial da existência, um instante de grande abertura e esperança, e uma tremenda oportunidade, se você entender o que estiver acontecendo. Porque ali pode se revelar o solo supremo do nosso Ser, e o que somos na realidade.

 

Por que temos tanto medo da morte?

Porque por trás do medo da morte está o medo de encarar a si mesmo. O instante da morte é o momento da verdade. Ela é como um espelho, no qual o verdadeiro sentido da vida está refletido. Na tradição monástica cristã há uma expressão em latim, memento mori, que significa lembre-se da morte, ou mais especificamente, lembre-se de que vai morrer. Se você se lembrar da morte, vai entender o que é a vida. A morte é a fundação e o verdadeiro coração do caminho espiritual. Se você se recordar de que vai morrer, vai se lembrar da preciosidade da vida – e essa verdade está presente em todas as grandes tradições: budismo, cristianismo, hinduísmo… Pensar na morte é o cerne do caminho espiritual. Milarepa, o grande santo e poeta que inspirou milhões de seres, disse: “Aterrorizado pela morte, refugiei-me nas montanhas, meditei muitas e muitas vezes sobre a incerteza da hora da morte. Mas ao conquistar a fortaleza da natureza da mente infinita e imortal, todo o medo acabou para sempre”. É por isso que o meu livro fala tanto dessa contemplação da hora da morte. Existe também uma citação de Maomé. Quando perguntaram a ele como se pode fazer para polir o coração, como é posivel se livrar da ferrugem e das aparas do coração, Maomé respondeu: “Pela lembrança de Deus e por muito pensar na morte”. De fato, pensar na morte é muito próximo de se pensar em Deus, porque a morte traz para você o que Deus é. Mas infelizmente na vida contemporânea as pessoas não veem a vida e a morte como um todo. Com isso ficam muito apegadas à vida e rejeitam e renegam a morte. Hoje em dia as pessoas também pensam na morte como um tipo de derrota ou de perda. Mas do ponto de vista espiritual, a morte não é uma tragédia a ser temida, mas uma oportunidade preciosa para a transformação.

 

Sogyal Rinpoche ensina uma prática espiritual para ser feita na hora da morte que pode beneficiar pessoas de qualquer religião, porque é ecumênica e universal. “A prática do P’owa une tua mente com o Amor e Sabedoria do Ser Espiritual a que você está ligado, seja Deus, Cristo ou Buda”, ele diz. Essa Fonte Infinita de compaixão e misericordia também pode ser imaginada como uma luz irradiante cheia de amor.

 

 

Só que nos esquecemos de lembrar da morte durante a vida, estamos ocupados demais para isso.

Sim, nos mantemos muito atarefados o tempo todo: é uma incansável preguiça ativa (risos). A morte, por sua vez, nos diz que é preciso parar de nos enganar – quando você acertar as contas com a morte você acerta as contas com a vida. A morte é o sinônimo da vida, o seu prolongamento; na verdade, é a parte mais importante da existência, por isso é que acontece no final… É a morte que vai nos apresentar a conta da vida que vivemos. Tem uma expressão em francês que diz: “Agora, a dolorosa, por favor!” (risos). E é isso mesmo. Mas com frequência só começamos a pensar na morte quando estamos para morrer. Não é um pouco tarde demais? Os ensinamentos nos mostram que deveríamos nos preparar para morrer agora, quando estamos bem, com estado mental feliz, principalmente nos momentos em que você está inspirado, predisposto à introspecção, quando começamos a ver a vida e a morte de uma maneira mais profunda.

 

O que dizer ou fazer quando se está ao lado de uma pessoa que vai morrer?

Sempre que você estiver com uma pessoa que está morrendo, enfatize o que ele ou ela realizaram de bom durante a vida, o que fizeram bem. Ajude-os a se sentirem tão construtivas e felizes quanto possível com relação à existência deles. Concentre- se nas virtudes deles e não nos defeitos. A pessoa que está morrendo fica muito vulnerável à culpa, ao remorso e à depressão. Permita que ela expresse isso livremente, ouça-a e escute o que essa pessoa diz. Mas, ao mesmo tempo, se o momento for apropriado, não deixe de lembrá-la da natureza mais espiritual dela. Em especial, lembre a quem está morrendo que a dor e o sofrimento não são tudo o que essa pessoa é. Encontre a maneira mais hábil e sensível de inspirá- la e dar-lhe esperança, ao invés de enfatizar seus erros. Assim essa pessoa poderá morrer num estado mental mais pacífico.

 

Qual a melhor maneira de estar ao lado de quem vai morrer?

Acho muito importante dizer isso: quando você ajudar alguém nessa condição, o mais importante não é o que você diz, mas o que você é, a sua presença. A pessoa que está morrendo precisa ter a coragem de perceber que esse é o tempo da reconciliação com amigos e parentes, e assim eliminar do coração todo ódio e ressentimento. Nem todos creem numa religião formal, mas acho que quase todos acreditam no perdão, e você pode ser de incomensurável utilidade para a pessoa que vai morrer ajudando-a a ver a aproximação da morte como o tempo perfeito para reconciliação e a avaliação de uma vida. Todas as religiões dão ênfase ao poder do perdão, que nunca é tão necessário e tão profundamente sentido como no momento da morte. Por meio do perdoar e do ser perdoado, nos purificamos da escuridão gerada por aquilo que fizemos e nos preparamos para a jornada através da morte. Com base na sua prática espiritual, você pode transformar o ambiente e inspirar sentimentos sagrados como amor, compaixão e devoção na mente da pessoa que está morrendo, no momento da sua morte.

 

E como ajudar uma pessoa assustada que não tem nenhuma crença espiritual?

Um conselho simples é: olhe nos seus olhos com amor e confiança, seja claro, invoque a presença dos Budas ou de Cristo e ensine a meditação essencial da hora da morte (veja no final do texto), porque no momento da morte eles vão estar abertos a isso, particularmente se você for genuíno e autêntico e não estiver dizendo. Outra coisa importante quando formos ajudar alguém que está morrendo é dar o nosso amor, com todo o coração, sem quaisquer condições, tão livres quanto possível de apego, sem medo, destemidamente, amar.

 

E se a pessoa não quiser falar sobre a morte ou não aceitar que está morrendo?

Você ainda pode amá-la, dizer coisas amorosas sem mencionar a morte. Se entramos em contato com a natureza da nossa mente, se a estabilizamos através da nossa prática espiritual e a integramos às nossas vidas, então o amor que temos para dar só pode ser profundo, porque vem de uma fonte mais profunda, do nosso ser mais interno, que é o coração da nossa natureza iluminada. Esse coração tem um poder especial de libertar a nós mesmos ou a alguém que esteja morrendo. Esse tipo de amor, que é o amor além de todo apego, é como o amor divino de que se fala tanto no cristianismo quanto no hinduísmo; é o amor de todos os budas. 

 

Como podemos nós mesmos nos preparar para morrer e qual a maneira mais simples de se realizar o P ‘howa?

Outro ponto essencial é a meditação que une a sua mente com a mente iluminada dos budas, Deus ou Cristo – é a prática mais importante nesse momento, e é a que eu vou expor agora. P’ howa, que é o nome dessa prática em tibetano, quer dizer “transferência da consciência”. A prática do P’howa é mais poderosa e valiosa no momento da morte de todas que eu já encontrei. Eu vejo um grande número de pessoas praticando-a com entusiasmo durante a vida. E gostaria de enfatizar que qualquer um pode fazer essa prática. Ela é simples, mas é a prática mais essencial que podemos fazer para nos prepararmos para nossa própria morte, e é também a prática principal que eu ensino aos meus alunos para ajudarem os seus amigos e parentes que estejam morrendo.


Meditação para a hora da morte

Sogyal Rinpoche ensina uma prática com visualização que pode ser feita na hora da morte por pessoas de qualquer religião, pois é ecumênica e universal. Ela também pode ser visualizada por quem esteja ao lado do daquele que está vivendo o processo de morrer, sempre respeitando a tradição espiritual a que pertence o doente. O ideal é que ela seja realizada bem no momento da passagem ou nos minutos que antecede à ela, se for possível. Acompanhe agora as palavras dele: 

 

1. No céu à sua frente, você invoca a corporificação de qualquer verdade em que você crê sob a forma de uma luz radiante. Escolha qualquer ser divino ou santo de quem você se sinta próximo: para os cristãos pode ser Deus ou Cristo, para os budistas pode ser Amitaba, que é o Buda de luz ilimitada e a deidade mais associada com o momento da morte. Se você não se sente conectado com nenhuma figura em especial, simplesmente imagine uma forma em pura luz dourada no céu diante de você. O ponto importante é que considere que o ser que você está visualizando ou que sente presente seja a corporificação da verdade, sabedoria e da compaixão de todos os mestres, santos e seres iluminados. Não se preocupe se você não conseguir visualizá-lo claramente; apenas sinta-o em seu coração, preencha o coração com a sua presença e tenha confiança de que ele está ali.

 

2. Na segunda parte dessa prática, foque sua mente, seu coração e sua alma nessa presença que você invocou. Reze a ela que por meio de bênçãos, graças, amor e orientação que ela pode oferecer para você, que por meio do poder da luz que flui dela para você, ela atenda o pedido de que todo o carma negativo dos seus pecados, emoções destrutivas e bloqueios sejam purificados e removidos. Peça para ser perdoado por todo o dano que possa ter pensado ou causado a alguém. E que você possa realizar essa prática profunda de transferência de consciência de a morrer de uma forma boa e pacífica. E que, por meio do triunfo de sua morte, você seja capaz de beneficiar todos os seres, vivos ou mortos. Essa é a oração que se faz à essa Luz radiosa que emana desse ser.

 

3. Na terceira parte , você imagina que a presença de luz que você invocou ficou tão comovida com a oração sincera que você fez, que ela responderá com um sorriso amoroso e emanará compaixão e amor na forma de raios de luz que saem do coração dela (*). À medida que esses raios de luz tocam e penetram você e seu coração, eles eliminam todo o seu carma negativo e pecados, as as emoções negativas que são a causa do sofrimento. Você vê e sente que está completamente imerso em luz e amor.

 

4. Em quarto lugar, você sente nesse momento que está completamente purificado e curado pela luz que fluiu daquela presença. Considere agora que seu próprio corpo, criado pelo carma, se dissolve em luz. Esse corpo de luz que você agora é voa até o céu e se funde inseparavelmente com a presença bem-aventurada daquela luz que é expressão do amor e da compaixão. Permaneça nesse estado de união com esta presença pelo maior tempo possível. O ideal que essa prática seja feita exatamente no momento da morte, mas podemos treinar essa prática muitas vezes em vida, quando estamos bem e com saúde. O importante é estar calmo, pacífico de sereno durante esse momento da morte, se possível em estado de contemplação. 

 

O princípio e a sequência da prática de transferência de consciência para ajudar alguém que morre são exatamente os mesmos. A única diferença é que você visualiza o Buda ou o Ser Espiritual Luminoso, ou Luz Irradiante, a que a pessoa está ligada espiritualmente acima da cabeça de quem está morrendo. Você imagina que raios de luz emanam em direção a essa pessoa e que purificam todo o ser dela. Aí a pessoa se dissolve em luz e se funde nessa presença espiritual. Você pode fazer essa prática durante a doença de um ente querido e, particularmente mais importante, quando a pessoa estiver ele der o último suspiro, no momento exato da morte ou imediatamente após a respiração ter parado, antes que alguém toque o corpo, antes dele ser tocado ou perturbado de qualquer forma (segundo a tradição tibetana, é aconselhável que ninguém toque o corpo por algum tempo, ou toque apenas perto do alto da cabeça ou no meio da testa, onde estão os dois chacras superiores). Se a pessoa que está morrendo sabe que você está fazendo essa prática para ela e souber qual é a prática, essa meditação se transformará numa grande fonte de inspiração e de conforto para ela.

Notas: 

* : A prática do P’owa não invalida, exclui ou substitutui práticas de outras linhas espirituais que podem ser feitas na hora da morte ou um pouco antes dela como, por exemplo, a Confissão, a Comunhão ou a Extrema Unção, dentro da tradição católica.  

** : A figura de Jesus Misericordioso, com seus raios de luz de divina compaixão saindo do peito pode ser bastante adequada a essa visualização. Pode se repetir a frase: Jesus Misericordioso, eu confio em Vós. 

 

 

(versão editada e ampliada de entrevistas originalmente publicadas nas revistas Vida Simples e Bodisatva).      

  

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